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Livro “Jongo no Sudeste” 

Manifestação cultural afro-brasileira que envolve música, dança e magia, o jongo é o tema do quinto volume da série de dossiês realizados para o processo de registro de bens culturais imateriais como patrimônio cultural brasileiro. 

Editado  pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a obra mostra a história desta expressão, as comunidades praticantes, a origem das rodas, os cantos e tambores, a dança e seu universo místico, bem como as estratégias dos negros para realizarem o ritual, garantindo assim a sua existência até os dias de hoje.
Os dossiês são inventários amplos e abrangentes realizados para a instrução dos processos de registro, que concedem o título de patrimônio cultural do Brasil a um bem imaterial de relevante expressão da cultura popular.  O jongo, por exemplo, foi registrado( e não tombado) em novembro de 2005, no Livro das Formas de Expressão.
Com texto de Elizabeth Travassos- que também fez a coordenação da pesquisa e  projeto gráfico de Victor Burton, o “Jongo no Sudeste” também é composto por fotografias, mapa,  transcrições musicais e CD.
Os livros não serão vendidos, mas as instituições, universidades e pesquisadores interessados podem enviar um e-mail e receber orientações para adquiri-lo no seguinte endereço: publicacao@iphan.gov.br.
Jongo
O Jongo é uma forma de louvação aos antepassados, uma expressão que integra percussão de tambores, dança coletiva, elementos mágico-poéticos e tem suas raízes nos saberes, ritos e crenças dos povos africanos, sobretudo os de língua bantu. É cantado e tocado de diversas formas, dependendo da comunidade que o pratica.
Sua prática tornou-se um elemento de identidade e resistência cultural para várias comunidades, e também espaço de manutenção e renovação do universo simbólico dos jongueiros.
Essa manifestação popular consolidou-se entre os escravos que trabalhavam nas lavouras de café e cana-de-açúcar localizadas em diversos locais do Sudeste brasileiro, principalmente no vale do Rio Paraíba do Sul. Caxambu, jongo, tambor, batuque e tambú são os diferentes nomes dessa forma artística e lúdica, criada por essas populações escravas que se reuniam em torno de dois ou três tambores para dançar nas noites de sábado e nos dias santos.
O mapeamento dos núcleos ativos de jongo nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo teve início em 2001. Já naquela época existia uma intensa mobilização dos jongueiros de diversos núcleos empenhados na busca de parcerias e mecanismos de promoção do jongo como uma atividade cultural contemporânea.

Para acessar a obra completa clique no link: http://www.cnfcp.gov.br/pdf/Patrimonio_Imaterial/Dossie_Patrimonio_Imaterial/Dossie_Jongo.pdf


Jongo - Bem Imaterial

SID/MinC divulga moção de apoio ao Jongo Brasileiro


A Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (SID/MinC) manifestou, por meio de documento oficial, moção de apoio ao Jongo Brasileiro e à ONG Grupo Cultural Jongo da Serrinha, no Morro da Serrinha, em Madureira, no Rio de Janeiro.
A iniciativa foi motivada pelo repúdio a toda forma de violência contra a tradição cultural do Jongo, considerado como um Bem do Patrimônio Imaterial do Brasil, e pelos danos sofridos pela sede da ONG, no mês de novembro.
Na moção, a SID/MinC afirma que é dever do Estado proteger o Jongo brasileiro, uma das manifestações percussoras do samba. Inscrito no Livro de Registro das Formas de Expressão, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), desde 2005, tem proporcionado aos diversos grupos e mestres de Jongo o recebimento de prêmios da Secretaria, de outros órgãos do MinC e de diversas instituições que se dedicam à área sócio-cultural.
Declara também apoio e solidariedade ao pronto restabelecimento da ONG e que suas atividades sejam retomadas em breve. O grupo é responsável por projetos como Escola de Jongo, projeto sócio-educativo patrocinado pela Petrobras, Criança Esperança e Ministério da Cultura.

Jongo - O Jongo formou-se nas terras por onde andou o café. Surgiu na Baixada Fluminense, subiu a Mantiqueira. Entrou também pela Zona da Mata mineira. No estado montanhês o jongo é conhecido por “caxambu”, aliás, denominação dada também ao instrumento fundamental dessa dança, o ataque grande, membranofônio, ora chamado tambu, ora angona, ora caxambu. Denominação essa só adstrita ao jongo porque ele tem muitos outros nomes pelo Brasil afora, em outras danças e cerimônias. O Jongo é uma dança de origem afro-brasileira, do mesmo tronco do batuque, ambos ancestrais do samba e do pagode.


(Marcos Agostinho, Comunicação Social/MinC)